O auditório da Mutualista Covilhanense acolheu, a 16 de fevereiro, o lançamento do livro infantojuvenil “A avó tele-(co)manda na sua vida”, de Patrícia Capelão, animadora sociocultural da associação. O evento teve como oradores Ana Mendes Godinho, Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Nelson Silva, Presidente do Conselho de Administração (CA) da instituição, e Daniela Gonçalves, da deleção do Centro da Alzheimer Portugal, para além da autora.
O livro, o primeiro da autora, editado pela Flamingo Edições e com ilustração de Beatriz Correia, é sobre a doença de Alzheimer e pretende “desmitificar a doença e humanizar doente”, salientou Patrícia Capelão, com o “objetivo de ajudar os técnicos, amigos e familiares, para que nunca desistam dos seus”. Em Portugal, há quase 200 mil pessoas diagnosticadas com demências, segundo referiu Daniela Gonçalves, que destacou “a importância do livro” perante a realidade atual e de crescimento expectável de casos.
A obra baseia-se nalgumas histórias reais com as quais a autora tem lidado ao longo da sua vida profissional enquanto animadora sociocultural, que iniciou há 14 anos, e também enquanto mãe de dois rapazinhos gémeos de 10 anos. Nelson Silva sublinhou que a instituição recebeu “de forma muito calorosa a obra desde o primeiro momento”, considerando-a “interessante para todos em geral”.
O Presidente do CA evidenciou que é um tema que muito diz à associação, tendo em consideração a atividade que desenvolve nas áreas da Saúde e das respostas sociais de apoio à Terceira Idade, referindo que metade dos seniores em Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) tem demência diagnosticada, assim como um em três utentes de Centro de Dia (CD) e pelo menos um terço dos que são acompanhados em Serviço de Apoio Domiciliário (SAD). O dirigente defendeu que, tendo em conta o aumento das demências em Portugal, a par da longevidade, “as instituições do Terceiro Setor têm de se adaptar a esta nova realidade”, o que deverá ser acompanhado também pela tutela ao nível dos acordos de cooperação.
Nelson Silva sublinhou que as demências estão na agenda da associação, com projetos no terreno que visam combatê-las, e que o caminho no que respeita ao acompanhamento de idosos em casa “é um Serviço de Apoio Domiciliário 4.0 em que a Mutualista está já a trabalhar”.
A importância de um SAD 4.0 esteve também em destaque durante a intervenção de Ana Mendes Godinho, muto focada no envelhecimento, que encerrou a sessão. A ministra frisou a necessidade de encontrar novas respostas para o envelhecimento ativo e saudável: “Temos de encontrar novas formas porque as tradicionais não chegam. Mesmo os lares tradicionais têm de ter novas formas de resposta para estimular as pessoas. Temos de conseguir que o caminho seja cada vez mais promover a autonomia das pessoas, o respeito, o estímulo porque também é isso que previne doenças colaterais que vão surgindo como o Alzheimer”.
Para Ana Mendes Godinho, o livro de Patrícia Capelão “é a pedra no charco”. “Permite abandar a forma como olhamos para o que não compreendemos e às vezes é não compreendermos que nos cria muros na capacidade de entender os outros”, destacou. Ana Mendes Godinho fez vários elogios à autora, que disse ser “uma mulher furacão” e “uma inspiração”.
O evento, que encheu o auditório da Mutualista Covilhanense, contou também com a presença do Vice-Presidente do Município da Covilhã, José Armando Serra dos Reis.
Ana Mendes Godinho visitou Casa Moura
Durante a deslocação à Mutualista Covilhanense, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, visitou também a Estrutura de Acolhimento Temporário (EAT), resposta destinada a migrantes protocolada com o Instituto de Segurança Social, instalada na Casa Moura.
A visita aconteceu durante uma sessão da ação de formação em Português Língua de Acolhimento (PLA), que acontece três vezes por semana na EAT, com a ministra a contatar de perto com os residentes acolhidos nesta valência.
Nesta visita à EAT esteve também o Vice-Presidente do Município da Covilhã, José Armando Serra dos Reis. Protocolada com o Instituto de Segurança Social desde junho do ano passado, a Estrutura de Acolhimento Temporária tem capacidade para 30 migrantes.