A Casa Moura, edifício da Mutualista Covilhanense onde até dezembro do ano passado funcionou uma Casa de Acolhimento para Crianças e Jovens Estrangeiros Não Acompanhados (C/JENA), com menores oriundos de campos de refugiados da Grécia, passou a 5 de junho a albergar uma Estrutura de Acolhimento Temporária. Protocolada com o Instituto de Segurança Social (ISS), a nova valência tem 25 vagas e destina-se a acolher migrantes e refugiados que já estão em solo nacional.
Através da valência, a instituição proporciona transitoriamente acolhimento a migrantes encaminhados pelo ISS e auxilia na sua integração social e profissional. O primeiro grupo de cidadãos estrangeiros, num total de 19, chegou à Casa Moura naquela data, tendo a ocupação ficado completa ainda durante o mês de junho. Entre os primeiros residentes da resposta, de várias nacionalidades, “estão um grupo de estudantes universitários que frequentavam Medicina e Medicina Dentária na Ucrânia”, especifica Nelson Silva, Presidente do Conselho de Administração da Mutualista Covilhanense.
“O acordo celebrado com o ISS surge na sequência da experiência da associação na área das migrações ao longo destes últimos dois anos, com projetos concretizados, em curso e também em fase de implementação”, salienta Nelson Silva, ao adiantar que a associação está em paralelo a trabalhar num projeto inovador na área da capacitação e empregabilidade para migrantes e para a região, a lançar em breve também na Casa Moura. No edifício funciona já, desde 2021, o Balcão de Apoio ao Migrante / rede CLAIM – Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes da Mutualista.
Além destes projetos, a associação tem dois apartamentos de autonomização para jovens migrantes na cidade da Covilhã, com o objetivo de apoiar na transição para a idade adulta, contratualizados com a Segurança Social, um ocupado desde o ano passado e outro recém-aprovado.
Quanto à Casa Moura, é um edifício com três pisos localizado no centro histórico da cidade, recuperado em 2020 pela associação, com vários dormitórios e gabinetes, bem como um amplo espaço exterior, onde exatamente nesse ano começou a funcionar a Casa de Acolhimento para Crianças e Jovens Estrangeiros Não Acompanhados – uma das cinco abertas a nível nacional na altura para dar resposta ao compromisso assumido pelo então Governo perante a União Europeia de receber em Portugal 500 menores de campos de refugiados da Grécia. A Mutualista Covilhanense acolheu um total de 32 menores ao longo dos dois anos de duração do projeto e foi a única instituição do interior do país envolvida nesta causa humanitária.